Na Fórmula 1, os pneus são mais do que simples componentes: são um elemento estratégico que pode decidir corridas e até campeonatos. Fabricados pela Pirelli, única fornecedora oficial, os pneus variam em compostos, aderência e durabilidade. Mas afinal, quais são os tipos de pneus usados na Fórmula 1 e como é feita a escolha para cada Grande Prémio?
Tipos de Pneus para Piso Seco (Slicks)
Os pneus lisos, conhecidos como slicks, são utilizados quando a pista está seca e oferecem a máxima superfície de contacto com o asfalto. Existem três compostos principais:
- Composto Macio (Soft)
- Identificação: cor vermelha.
- Características: proporciona mais aderência, maior velocidade e tração.
- Desvantagem: desgasta-se mais rapidamente.
- Uso: ideal para voltas rápidas, qualificação ou estratégias agressivas.
- Composto Médio (Medium)
- Identificação: cor amarela.
- Equilíbrio entre performance e durabilidade.
- Uso: muito utilizado em corrida para manter um bom ritmo com menos paragens.
- Composto Duro (Hard)
- Identificação: cor branca.
- Menos aderência, mas muito maior durabilidade.
- Uso: estratégias de longos stints, especialmente em pistas abrasivas.
Curiosidade: A Pirelli fabrica cinco compostos diferentes para a temporada (C1 a C5), mas para cada corrida disponibiliza apenas três — definidos como macio, médio e duro.
Pneus para Piso Molhado
Quando chove, entram em cena os pneus com ranhuras para expulsar água e evitar aquaplanagem:
- Intermédios (Intermediates)
- Cor: verde.
- Para pista húmida, mas sem grandes poças de água.
- Excelente compromisso para secções mistas (parcialmente molhadas).
- Full Wet (Chuva Extrema)
- Cor: azul.
- Sulcos profundos para drenar grandes volumes de água.
- Essenciais em tempestades intensas.
- Limitação: perdem muita performance em pista seca.
Como São Escolhidos os Compostos para Cada Corrida?
A decisão depende de vários fatores:
- Tipo de asfalto e abrasividade
- Circuitos como Barcelona desgastam muito os pneus, exigindo compostos mais duros.
- Temperatura da pista
- Pistas quentes favorecem compostos mais resistentes.
- Layout do circuito
- Pistas com curvas rápidas e longas retas consomem pneus de forma diferente.
- Previsão meteorológica
- Possibilidade de chuva obriga a ter pneus intermédios ou de chuva prontos.
- Estratégia da equipa
- Cada equipa planeia o número de paragens e adapta os compostos para maximizar performance.
Nota: A Pirelli anuncia os compostos disponíveis para cada GP com antecedência, garantindo que todos os pilotos têm as mesmas opções.
Gestão e Estratégia Durante a Corrida
As regras obrigam cada piloto a usar pelo menos dois compostos diferentes em pista seca, o que aumenta a importância da estratégia. Decidir quando parar e qual composto montar pode fazer ganhar ou perder posições.
Exemplo:
- Uma estratégia agressiva pode começar com pneus macios para ganhar posições, trocando depois para médios.
- Uma estratégia conservadora pode iniciar com médios e prolongar o stint antes de trocar para duros.
Impacto Real na Corrida
- Um pneu mais macio pode dar até 1 segundo por volta mais rápido, mas dura muito menos.
- Um pneu duro é mais lento, mas reduz o número de paragens.
- Em corridas com chuva, a escolha entre intermédios e full wet pode mudar tudo em segundos.
Conclusão
Os tipos de pneus na Fórmula 1 são um dos maiores fatores estratégicos da modalidade. A escolha certa, no momento certo, pode transformar um piloto numa lenda ou arruinar uma corrida inteira. Por isso, cada volta, cada paragem nas boxes e cada decisão sobre compostos é acompanhada com atenção máxima pelas equipas e fãs.